Vulto? O quê?
Laurinha e Ana conversavam antes da aula de educação espírita.
– Eu vi um vulto ontem – disse Ana.
– Ai credo, que medo! – comentou Laurinha.
– Como ele era?
– Como assim? – indagou Ana.
– Era homem ou mulher?
– Sei lá.
– Era escuro ou claro?
– Não sei.
– Se for claro é bom, se for escuro não é bom… Eu ouvi isso uma vez.
– Eu não sei se era claro ou escuro, homem ou mulher, eu falei que eu vi um vulto.
– Então, mas fala como era.
– Vulto é vulto! Tipo assim, não tem forma.
– Vulto não é um espírito?
– É, mas quando vemos bem rápido e nem dá pra ver direito é que chamamos de vulto.
– Então você não viu nada.
– Vi sim!
– Se você não sabe como era, é porque não viu.
– Se eu tivesse visto o espírito, teria visto um espírito e não um vulto. Vulto é vulto.
– Se vulto não é espírito, eu não entendo.
– Não sei explicar, tô ficando confusa.
– Já sei. Se você viu um vulto que não é bem um espírito e que é bem rápido, então você viu só um borrão.
– Tipo assim: mais ou menos um borrão, mais ou menos um espírito, mais ou menos rápido, nem homem nem mulher, nem escuro nem claro. Entende?
– Aaah!! Agora eu entendi… Acho que eu também vi, outro dia – exclamou Laurinha.
– Verdade?
– É, no banheiro!
– Tem espírito no banheiro? – perguntou Ana, preocupada.
– Espírito? Nããão! Vulto! – tranquilizou Laurinha.
– Ufa! Ainda bem!
Texto do livro: Tem espíritos no banheiro?
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